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This article draws a parallel between Jakob Wassermann's interest in the history of Kaspar Hauser, which led him to write a novel still considered as the most eloquent literary rendering of this episode, and his own situation as an outsider in German culture. Wassermann's feeling of alienation towards his own country is expressed in his autobiography, titled “Mein Weg als Deutscher und Jude” and his “Kaspar Hauser” is seen here a kind of "estrangement novel", a term which is a counterpoint to the traditional German concept of Bildungsroman. In this respect, it displays some striking analogies with works by later authors, who have drawn this specifically Jewish-German genre to a kind of paroxysm, such as Franz Kafka and Elias Canetti. A novel by an author usually seen as a conservative thus reveals an unexpected avant-garde aspect, which in certain ways foresees the future development of Jewish-German literature. On the other hand, Wassermann's critique to the Bismarckian mentality, which dominated Germany in the first half of the19th. Century, appears to detect some tendencies crucial to the development of German political life in the early 20th, century.
Em "Der Fall Maurizius", romance de Jakob Wassermann de 1928, parcialmente ambientado em 1908, à época da República de Weimar, o autor critica o pragmatismo alemão, apoiado numa burocracia de estado que, mesmo depois do fim do Império, continua a exercer o poder de maneira absoluta. Wassermann revolta-se contra a má administração da justiça, e contra o caráter perverso daqueles que, tendo se apoderado do aparelho estatal, arrogam a si mesmos o papel de representantes dos melhores princípios do humanismo alemão. O pragmatismo, assim, apresenta-se como a falsificação daqueles valores que supostamente o legitimariam – notadamente, do princípio de Justiça, "Gerechtigkeit". A inocência de um adolescente, Etzel von Andergast, filho de um grande promotor, é o que traz à luz este estado de adulteração. Ao mesmo tempo, a figura de Waremme, descendente de judeus provenientes de regiões da Polônia ocupadas pela Prússia desde 1772, é uma figura sinistra, que rompeu com o legado ético de seus antepassados, pretendendo exercer um papel de destaque no movimento nacionalista alemão, para frustrar-se e ocupar posição marginal numa sociedade repleta de desencaminhados e perplexos. Desta forma o autor representa as aporias de uma geração que sente na pele esse exílio da justiça e a crise generalizada de valores.
Este artigo trata da rápida substituição de paradigmas que se processa no seio da comunidade judaica alemã nas primeiras décadas do século 19, como resultado da derrubada dos muros que, até então, separavam os judeus dos alemães cristãos. O triunfo das idéias do Iluminismo bem como sua rápida penetração no âmbito de uma comunidade ansiosa por integração numa sociedade que prometia a igualdade entre todos os seus membros, independentemente de sua origem étnica ou religiosa, estimulou, entre os judeus egressos dos guetos, a adoção de novas visões de mundo e de novos conceitos de nacionalidade e espiritualidade. Uma das passagens centrais nesse processo de mudança é descrita pelo escritor Berthold Auerbach (1812-1882) como a transformação da idéia de 'Revelação', central à tradição judaica, em 'Bildung', fundamental na cultura alemã do século 19. Trata-se de uma mudança de paradigmas que explica, de certa forma, a grande afinidade dos judeus do mundo de língua alemã com a reflexão humanística de seu tempo, que parece ocupar o lugar privilegiado antes reservado aos estudos de caráter religioso.
Este artigo tem como propósito a contextualização do romance "A Pianista", de Elfriede Jelinek, no âmbito de uma tradição literária austríaca caracterizada pela visão crítica da sociedade e de seus conflitos, da qual fizeram parte grandes expoentes das letras deste país no período entre-guerras. Se no pós-guerra o establishment literário austríaco empenhou-se pelo estabelecimento de um consenso social por meio da difusão de uma ideologia harmonística, que visava reinstaurar elementos da sociedade habsburga na 2ª. República, o ressurgimento de uma literatura de rebeldia e estranhamento na Áustria da década de 1980 pode ser compreendido como uma reação a este projeto de restauração de um ideário anacrônico. Neste sentido, a confrontação, em "A Pianista", entre Erika Kohut, sua mãe e Walter Klemmer pode ser uma representação metafórica de conflitos próprios de uma sociedade dividida entre o apego às glórias de uma tradição cultural que se deseja preservar e o assédio permanente de uma massmedia globalizada e estruturada sobre parâmetros que estão em oposição diametral a esta tradição. Ao mesmo tempo, busca-se contextualizar as visões de mundo e formas de comportamento representadas no romance no âmbito da chamada 'Österreich Ideologie', onde surgem como princípios de convívio social herdados da ideologia habsburga, e que permanecem como substratos parcialmente anacrônicos e parcialmente ilusórios na cultura austríaca dos anos 1980.
This article takes a new look at the novels of the Austrian Jewish writer Adolf Dessauer (1849-1916). Dessauer wrote an ironic chronicle of his contemporaries' world in turn-of-the-century Vienna. A banker by profession and an amateur novelist, he published two novels in his lifetime ("Götzendienst", in 1896, and "Großstadtjuden", in 1910), both taking place in the Habsburg capital, which was then undergoing a process of rapid economic and social change. Though his books are nowadays virtually forgotten, Dessauer was a very accurate chronicler of the customs of the social class which ascended with economic liberalism, and which became increasingly close to the empire's declining aristocracy, mimicking its tastes and habits.
As opposed to what happened in other European nations, the bourgeoisie in the Habsburg Empire never attempted to construct its own aesthetic and cultural repertoire, but consistently imitated the aristocratic patterns of its time. Dessauer makes a biting and ironical portrait of this class and its attempt at aristocratic appearances.
He also shows how Karl Lueger's Christian anti-Semitic party in Austria recruited its voters from the impoverished class of artisans, which had lost space as a consequence of the establishment of a new economic order. Lueger's political campaign was directed towards this growing class, and he identified the rise of liberal capitalism with Jews and Judaism.
In "Großstadtjuden" Dessauer looks at the same phenomena, but does so from a strictly Jewish point of view. His second novel portrays the reactions of a number of Jewish families from Vienna to rising anti-Semitism. This historical aspect of the Viennese Jewish community, which was Europe's numerically largest after Warsaw's, is a striking prelude to the history of European Jewry in the 20th.century, thus giving Dessauer's work an unexpected afterlife.
This article deals with two short stories by Leopold Kompert (1822-1886), a Jewish author from the Austro-Hungarian Empire and one of the major names in a genre which became known as Ghettoliteratur. As all other authors in his genre, Kompert dealt mainly with the conflicts involved in the passage from the world of traditional Jewry towards 19th into modernity. But he did this in a typical Habsburg way. Rather then emphasizing the incompatibility between these two worlds, Kompert tries, on the one hand, to preserve the memory of the vanishing world of the Jewish Shtetl, and on the other hand to create a synthesis between this world and the multi-lingual and multi-cultural Austro-Hungarian Empire.