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O objetivo do texto é fazer uma análise da dimensão crítica do conceito de indústria cultural proposto por Adorno e Horkheimer a partir da noção psicanalítica de narcisismo, tal como Adorno a interpretou. A cultura de massa será vista como propiciando o prazer substancialmente ilusório de satisfazer a ânsia de engrandecimento do ego, no mesmo instante em que mantém o indivíduo atado às tendências inerciais de unificação social.
A crítica de Adorno a posições idealistas acentua que o sujeito, como portador da vontade livre, é sempre mediado social e historicamente. Segundo Adorno, a vontade é razão, mas não somente razão. Junto com ela deve ser sempre usado um “impulso anterior-ao-sentido-do-eu”. Ao final, será apresentada a crítica de Adorno do ideal social de uma vontade forte.
Trata-se de analisar os usos da racionalidade mimética em Jacques Lacan e Theodor Adorno, isto a fim de mostrar como, nos dois casos, encontramos uma estratégia de reflexão sobre a mimesis que a eleva à condição de elemento fundamental para uma teoria do reconhecimento que não se esgote na temática da intersubjetividade. Neste sentido, este estudo insere-se em uma pesquisa mais ampla a respeito dos modos de aproximação entre psicanálise lacaniana e Escola de Frankfurt no que diz respeito ao problema dos destinos da categoria de sujeito e dos processos de reconhecimento.
A sociedade como um todo vivencia uma crise de ordem ética, mas de uma ética, sobretudo, coletiva. As “pequenas” barbáries instalam-se silenciosamente na sociedade, fomentadas por um sistema econômico que, na sua raiz, é excludente e implacável com aqueles que não se enquadram de alguma forma nele. As pequenas banalizações das injustiças criam elementos que alertam para a possibilidade de que Auschwitz se repita, medo presente e evidenciado por Adorno nas suas obras mais importantes. Os objetivos deste trabalho são responder aos seguintes questionamentos: 1) como traduzir para o dia-a-dia da educação a desconstrução da cultura de violência e preconceito que avança em todo o mundo? 2) Como trabalhar uma pedagogia da imaginação, que seja, antes de mais nada, a condição de imaginar o outro, de imaginar-se no lugar do outro? 3) Quais as bases epistemológicas norteadoras de tal objetivo? Para tanto, verificar-se-á que, por meio da pedagogia do antipreconceito, fundamentada sobretudo no pensamento de Adorno, de Horkheimer e de Marcuse, é possível promover a interdisciplinaridade que aproxime razão de afeto e que denuncie a negação do preconceito, esclarecendo, ainda, que para se fazer uma sociedade mais humanizada torna-se impositivo passar pela desconstrução, pela compreensão e pela reconstrução da educação. Entender e esclarecer como o homem médio viabiliza as posturas excludentes e preconceituosas, impostas tanto pela condição humana quanto pelo capitalismo contemporâneo, no cotidiano da educação constitui uma de suas metas. Enfim, o trabalho propõe-se afirmar a possibilidade de uma ética para a sociedade tecnológica e de semiformação, fundamentada na pedagogia do antipreconceito, cuja finalidade seja a formação de sujeitos conscientes das limitações da ciência e do uso da tecnologia para impedir a barbárie, cuja bandeira seja a do combate à intolerância e às violências e o instrumento principal seja a imaginação.