Gesellschaftswissenschaften
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A mercadoria cultural
(1996)
Adorno e Horkheimer adotaram a noção de fetichismo da mercadoria para a análise da arte e da cultura. Bens materiais e físicos não são idênticos aos simbólicos. Apesar de dominante, a indústria cultural não pode ser tomada como protótipo de toda análise da cultura. Não se pode reduzir toda a produção cultural da época da economia de mercado a produtos de mercado. A pluralidade de práticas artísticas e culturais, à qual se assiste em países como o Brasil, torna problemático o uso indiscriminado do referencial frankfurtiano.
Acompanha-se, aqui, a pertinência do lema de Engels, que concebe o marxismo como "herdeiro do idealismo alemão" nas teorias de Lukács, Horkheimer e Adorno. Enquanto Lukács assenta o método marxista na vertente da filosofia hegeliana e Horkheimer assume explicitamente o legado kantiano, Adorno não se propõe a ser herdeiro, mas sim crítico do idealismo alemão.
De acordo com parte da literatura, a teoria crítica de Adorno é um lamento sobre o fracasso da civilização moderna que é incapaz de dar conta de suas próprias condições de possibilidade. No presente artigo, questiono tal veredito, por meio da análise da questão de como a crítica pode ser feita e de quem seria o destinatário dela, em uma situação de quase completa dominação.
Neste artigo, propõe-se uma confrontação entre a teoria dos signos de Gotthold E. Lessing, tal como exposta em Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia (1766), e os dois ensaios de Theodor W. Adorno sobre as relações entre música e pintura (de 1950 e 1965). Pretende-se, com isso, demonstrar a presença decisiva de elementos da estética clássica alemã no pensamento adorniano do pós-guerra; em particular, observa-se o modo pelo qual a teoria racionalista de Lessing atua na abordagem dialética adorniana a respeito da irredutibilidade formal dos meios artísticos e das possibilidades de sua convergência. À luz de tal confrontação, discutem-se, em um segundo momento do artigo, os temas da conferência de Adorno de 1966, A arte e as artes, que, em certa medida, consubstancia a discussão dos ensaios anteriores sobre música e pintura. Assinala-se, nesse contexto, a continuidade da posição teórica de Adorno e se apresentam as diferenças entre o processo de pseudomorfose e o de imbricação (Verfransung) dos meios artísticos, segundo o filósofo.
Reseña de "Patologías de la razón. Historia y actualidad de la Teoría Crítica" de Axel Honneth
(2011)
Este artigo pretende discutir a questão da ética a partir de uma reflexão sobre a possibilidade de sua existência, como corpo teórico, poder ser abalada à medida em que os homens não mais encontram espaço para reflexão. Tal redução de espaço se dá, em um primeiro momento, pela razão instrumental e é ratificado pela linguagem. O referencial teórico para este artigo são alguns textos de Adorno, nos quais entendemos que a questão da linguagem também está colocada como um problema de dominação.
In this article Adorno's critique of identity thinking and modem systems of thought are exploited within the context of the current debate of modernity. It is argued that the usurpation of the so-called Other (which the author Calls "Anderverdringing") is at the core of modem thought, and that the illumination of the Other (which the author calls "Ander-bereddering") is at the core of postmodern thought. Habermas' theory of communicative action is used to bring Adorno's critique of identity thinking to the Jore as a form ofpostmodern critique, exactly in the sense that Adorno's philosophy is essentially Otherilluminating.
Com o objetivo de participar num debate em torno da forma ensaio em sua relação com a filosofia, discutimos essa opção formal da Escola de Frankfurt a partir do texto de Adorno "O ensaio como forma". Uma vez encontrada sua proposição de que o objeto do ensaio é um conflito detido, tentamos sugerir algumas das razões sociais que induzem essa escolha.
El propósito del presente escrito es preguntarnos por el campo complejo que se abre en la confluencia de las trayectorias de Alexander Kluge y Theodor W. Adorno. Desarrollaremos, en primer lugar, algunos hitos históricos que permitan situarnos en el contexto de ese acercamiento. Luego, tomando como punto de partida el problema clave de la referencialidad de la imagen que, tanto para Kluge como para Adorno es central en las reflexiones sobre una estética propia del cine, abordaremos cuatro temas que consideramos nos permiten repensar las relaciones de los dos teóricos: palabra e imagen, la idea de montaje, imagen y experiencia subjetiva y la cuestión de la recepción.