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Gêneros em guerra: crítica feminista em "Die Liebhaberinnen", de Elfriede Jelinek

  • O foco do presente artigo é a análise do romance "Die Liebhaberinnen" ("As amantes", 1975), de Elfriede Jelinek. Com vasta obra que transita por diversos gêneros (poesia, romances, ensaios, peças teatrais, libretos), a escritora austríaca ainda é pouco traduzida no Brasil. Contudo, a despeito disso, notamos uma presença signficativa de trabalhos acadêmicos sobre os escritos de Jelinek. Único prêmio Nobel austríaco (entre uma longa lista de outros prêmios literários), concedido a uma mulher, figurando dentre outras dezesseis agraciadas, a escritora segue execrada pela mídia. Parte da geração que adere ao 'Anti-Heimat Roman' (romance anti-pátria), sua veia ácida, a ironia com que costura as narrativas a faz compartilhar da herança literária de nomes como Karl Kraus e Thomas Bernhard. A obra em questão repete o formato encontrado em outros textos jelinekianos - a história descortina-se a partir de tensões. O plano crítico da narração denuncia a pequenez de existências que seguem insensíveis na direção de destinos previsíveis e que atendam às forças conservadoras e patriarcais. No projeto estético de Jelinek, a língua alemã é um elemento de transgressão, como na grafia de substantivos em letras minúsculas, o uso de aforismos e repetições. Em comunhão com essa língua que questiona o status de um narrador patriarcal, a voz que narra distancia-se do narrado, paira sobre o texto, fria e indiferente. Os personagens aproximam-se de tipos, joguetes sobre um tabuleiro determinista. Da leitura do romance, destacamos a estrutura binária sexista e generificada que perpassa toda a obra, resultando numa permanente disputa entre homens e mulheres, inimigos irredutíveis, cada qual vigilante por seu espaço doméstico e pela manutenção das vantagens inerentes a seus papéis sociais. Essa dicotomia problematiza questões que configuram o arcabouço de influências estéticas e ideológicas da autora, tais como o feminismo, o marxismo e os movimentos de 1968. Nesse sentido, acreditamos no potencial transgressor e demolidor que perpassa a obra, a ponto de configurar uma estética feminista própria.
  • Gegenstandbereich des vorliegenden Artikels ist die Analyse des Romans "Die Liebhaberinnen" von Elfriede Jelinek (1975). Trotz ihres umfangreichen Werkes verschiedener Genres (Gedichte, Romane, Essays, Theaterstücke und Libretti) ist die österreichische Schriftstellerin in Brasilien kaum übersetzt. Dessen ungeachtet ist die signifikante Existenz von akademischen Arbeiten über die Schriften von Jelinek auffallend. Als einzige österreichische Nobelpreisträgerin für Literatur, unter den nur 16 Nobelpreisträgerinnen weltweit, wird sie von den Medien geschasst (trotz einer langen Liste anderer Literaturauszeichnungen). Als Teil der Generation, die das Genre der "Anti-Heimat-Literatur" vertritt, mit ihrer säuerlichen Art, der Ironie, mit der sie die Erzählungen verbindet, teilt sie das literarische Erbe von Namen wie Karl Kraus und Thomas Bernhard. Das betrachtete Werk wiederholt das Format anderer Jelinek-Texte - die Geschichte entfaltet sich aus Spannungen. Die kritische Zielsetzung der Erzählung prangert die kleinen Existenzen an, die gegenüber vorhersehbaren Schicksalen unempfindlich bleiben und konservativen und patriarchalischen Kräften dienen. In Jelineks ästhetischem Projekt ist die deutsche Sprache ein Element der Übertragung, wie bei der Schreibweise von Substantiven in Kleinbuchstaben, der Verwendung von Aphorismen und Wiederholungen. In Verbindung mit dieser Sprache, die den Status eines patriarchalischen Erzählers in Frage stellt, distanziert sich die Stimme, die erzählt, von der Erzählung, schwebt kalt und gleichgültig über dem Text. Die Charaktere nähern sich Typen an, werden zu Spielfiguren auf einem deterministischen Brettspiel. Beim Lesen des Romans wird die sexistische binäre Struktur hervorgehoben, die die gesamte Arbeit durchdringt und zu einem permanenten Streit zwischen Männern und Frauen führt, irreduzible Feinde, die jeweils auf ihren häuslichen Raum achten und die Vorteile ihrer sozialen Rollen bewahren. Diese Dichotomie problematisiert Fragen, die den ästhetischen und ideologischen Rahmen der Autorin bestimmen, wie Feminismus, Marxismus und die Bewegungen von 1968. In diesem Sinne ergibt sich ein Potenzial der Grenzüberschreitung und der Demontage, welches die Arbeit durchdringt, bis hin zur Konfiguration einer eigenen feministischen Ästhetik.

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Metadaten
Author:Érica Schlude WelsORCiD
URN:urn:nbn:de:hebis:30:3-608773
URL:https://seer.ufrgs.br/contingentia/article/view/112463
ISSN:1980-7589
Parent Title (German):Contingentia : Zeitschrift der Deutschen Abteilung in Zusammenarbeit mit der Post-Graduierung im Bereich Literatur- und Sprachwissenschaft der Bundesuniversität Porto Alegre (UFRGS)
Publisher:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Letras
Place of publication:Porto Alegre
Document Type:Article
Language:Portuguese
Date of Publication (online):2021/04/23
Year of first Publication:2020
Publishing Institution:Universitätsbibliothek Johann Christian Senckenberg
Release Date:2021/04/30
Tag:Gender
Feminismo; Gêneros
GND Keyword:Jelinek, Elfriede; Die Liebhaberinnen; Geschlechterverhältnis; Feminismus
Volume:8
Issue:2
Page Number:15
First Page:93
Last Page:107
HeBIS-PPN:479290814
Dewey Decimal Classification:8 Literatur / 83 Deutsche und verwandte Literaturen / 830 Literaturen germanischer Sprachen; Deutsche Literatur
Sammlungen:Germanistik / GiNDok
BDSL-Klassifikation:18.00.00 20. Jahrhundert (1945-1989) / BDSL-Klassifikation: 18.00.00 20. Jahrhundert (1945-1989) > 18.14.00 Zu einzelnen Autoren
Zeitschriften / Jahresberichte:Contingentia / Contingentia : Vol. 8, 2020 / Contingentia : Vol. 8, No. 2, 2020
:urn:nbn:de:hebis:30:3-593912
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