300 Sozialwissenschaften
Refine
Year of publication
- 2019 (203) (remove)
Document Type
- Article (82)
- Contribution to a Periodical (42)
- Part of a Book (33)
- Part of Periodical (17)
- Doctoral Thesis (10)
- Working Paper (7)
- Book (5)
- Review (5)
- Bachelor Thesis (1)
- Master's Thesis (1)
Language
- German (111)
- English (60)
- Portuguese (15)
- Spanish (8)
- Ukrainian (4)
- Italian (2)
- mis (1)
- Multiple languages (1)
- Turkish (1)
Has Fulltext
- yes (203)
Is part of the Bibliography
- no (203)
Keywords
- Critical Theory (6)
- Frankfurt School (6)
- Adorno (5)
- critical theory (5)
- Escola de Frankfurt (4)
- Estudios organizacionales (4)
- Begriff (3)
- Digitalisierung (3)
- Escuela de Frankfurt (3)
- Estudos organizacionais (3)
Institute
- Gesellschaftswissenschaften (73)
- Präsidium (51)
- Philosophie (47)
- Institut für Sozialforschung (IFS) (42)
- Exzellenzcluster Die Herausbildung normativer Ordnungen (10)
- Institut für sozial-ökologische Forschung (ISOE) (9)
- Sprach- und Kulturwissenschaften (9)
- Cornelia Goethe Centrum für Frauenstudien und die Erforschung der Geschlechterverhältnisse (CGC) (8)
- Geographie (4)
- Geowissenschaften / Geographie (3)
O objetivo deste ensaio é argumentar em favor da frankfurtianidade de Jürgen Habermas, isto é, estudar os pontos de convergência de sua obra em relação ao projeto teórico do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt e, a partir dessa ênfase, apontar novas possibilidades de pesquisa no campo de Estudos Organizacionais (EO). Para isso, refletimos sobre aspectos teóricos essenciais do ensaio “Teoria tradicional e teoria crítica” (HORKHEIMER, 1975) e elaboramos uma crítica aos intérpretes que utilizam a cronologia geracional como principal critério para a compreensão de diferenças no movimento intelectual da Escola de Frankfurt. Metodologicamente, inspiramo-nos na proposta de crítica à interpretação por meio da hermenêutica filosófica (RICOEUR, 1990) e na natureza propositiva de interpretação de um ensaio teórico (MENEGHETTI, 2011). Para sustentar a proposição expressa de forma provocativa no título deste artigo, dialogamos com comentadores (BOTTOMORE, 2001; FREITAG, 2004; NOBRE, 2004; MELO, 2013), a fim de propor uma caracterização não geracional de seus membros e a proximidade de Habermas em relação ao marco fundador da Teoria Crítica. Nesse sentido, acreditamos que (a) a releitura da intenção emancipadora (HABERMAS, 2002), (b) a desconstrução da isenção do conhecimento científico (HABERMAS, 1987) e (c) a incorporação da filosofia da linguagem à crítica social frankfurtiana (HABERMAS, 2012) são contribuições importantes de sua obra à Teoria Crítica de Frankfurt. Como proposição para a área de EO, em nossas considerações finais argumentamos que a recolocação do autor no posto de genuíno teórico crítico da Escola de Frankfurt pode constituir uma nova agenda de pesquisa para o campo. Acreditamos que nosso esforço pode auxiliar pesquisadores da área de EO a compreender a obra de Habermas a partir de uma via que os afasta da armadilha de considerá-lo um teórico não crítico e/ou utópico. Sob esse enfoque, torna-se evidente sua produção intelectual politicamente engajada nos problemas sociais contemporâneos – dimensão que vem sendo negligenciada pelos pesquisadores do campo de EO no Brasil.
This essay reflects on the convergence between Jürgen Habermas’ work and the theoretical framework put forward by the Institute of Social Research in Frankfurt, arguing in favor of the characteristics of the Frankfurt school in Habermas and pointing out research possibilities in the field of Organizational Studies (OS). We discuss the essential theoretical aspects of the work by Horkheimer (1975) “Traditional and Critical Theory,” and produce a critique on the use of generational chronology as the main criterion for understanding the intellectual movement of the Frankfurt School. The methodology is based on the critique of the interpretation using the philosophical hermeneutics (RICOEUR, 1990) and observes the propositional nature of an interpretation offered in theoretical essays (MENEGUETTI, 2011). To support the provocative proposition of this work, we establish a dialogue with authors such as Bottomore (2001), Freitag (2004), Nobre (2004), and Melo (2013)) discussing a non-generational characterization of the Frankfurt School’s members and the proximity of Habermas in relation to the pioneer works on the Critical Theory. We believe that (i) the re-reading of the emancipatory purpose (HABERMAS, 2002); (ii) the deconstruction of the impartiality of the scientific knowledge (HABERMAS, 1987); (iii) and the incorporation of the philosophy of language into the Frankfurtian social criticism (HABERMAS, 2012) are important contributions of Habermas to the Frankfurt’s critical theory. As for a proposal for the field of organizational studies, this esseay concludes that recognizing Habermas as a Critical Theory scholar of the Frankfurt School may constitute a new research agenda for the field. The contribution of this essay lies in helping researchers in the field of Organizational Studies to understand Habermas’ work differently and not as a non-critical or utopian production. In this perspective, it is clear that Habermas’ intellectual production is politically engaged in contemporary social problems, which is a dimension neglected by the researchers of the field of Organizational Studies in Brazil.
Ao tratar de diferentes aspectos do conceito de mimese na estética de Theodor Adorno, o artigo busca evidenciar a permanência do que Adorno designou como mimese primitiva ou originária na sociedade contemporânea. A análise do conceito de idiossincrasia servirá para mostrar esta permanência e, ao mesmo tempo, o seu reforço pela indústria cultural. Como contraponto a essa faceta do conceito de mimese, trataremos da mimese nos âmbitos científico, filosófico e no que Adorno considera obra de arte autêntica.
Este artículo rastrea las categorías del proyecto moral de Adorno a partir de la barbarie experimentada en los campos de concentración nazi durante la Segunda Guerra mundial. Para ello, el autor utiliza la estrategia de pensar la filosofía a partir del modelo de la Teoría Crítica de la Escuela de Frankfort. Este novedoso proyecto orienta al hombre o cualquier idea de filosofía y ética con sentido, atendiendo nuevas categorías de la realidad fáctica. Concretamente, Adorno construye un proyecto moral que tiene como fundamento, primero, un nuevo marco para la metafísica y antropología a partir de Auschwitz y, segundo, direccionado a evitar que nuevas expresiones de barbarie como esta se repitan. Adorno expone las categorías éticas en Meditaciones sobre la metafísica en su obra Dialéctica Negativa.
This article is an inquiry into the concept of metaphysical experience through a joint discussion of two authors and philosophers with different approaches that nevertheless converge in the reclamation of the concept and rely both on the experience of death as an example. In both cases, the authors are guided by the central problem of how not to relinquish metaphysical experience to unscrutinized immediacy or a powerful conversion which enjoins subjection, putting it in contact with aesthetics and ethics at once. Theodor Adorno situates metaphysical experience as a problem of philosophy of history and devotes attention to the contemporary possibility of experiences that evoke transcendence. The transformations he identifies in the concept also lead him to propose art as a domain where metaphysical experience is alive. The implicit personal investment Adorno makes is much more clear in Lacoue-Labarthe who, in a dialogue with Maurice Blanchot, shows the experience as deeply bound up with literature and its links to subjectivity. The article argues that the main difference between the two approaches is modal and temporal from the side of the object, aside from the different modes of interrogation recognized with the labels deconstruction and critical theory.
La sfida del nominalismo alla realtà degli universali (sia in filosofia che in teologia) è stata un motore del pensiero moderno. Tradotta in termini estetici, ha favorito la resistenza alle generiche convenzioni e ha contribuito a minare le nozioni essenzialiste della forma estetica. Theodor W. Adorno ebbe una risposta tipicamente dialettica al nominalismo, plaudendo alla sua sovversione delle reificazioni categoriche, ma allarmato dal suo livellamento indiscriminato della distinzione tra concetto e oggetto, che poteva anche cancellare la distinzione tra opere d'arte e oggetti di uso quotidiano. In termini musicali, ha apprezzato l'enfasi nominalista sui singoli lavori rispetto alle generiche categorie formali e ha elogiato la rivoluzione atonale di Arnold Schoenberg. Ma era anche consapevole del fatto che, portato all'estremo, il nominalismo poteva condurre al dominio soggettivo di una natura considerata priva di proprie caratteristiche essenziali. Nella sua tardiva riflessione sulla musique informelle, ammirò una musica che evitava sia le categorie reificate che il dominio soggettivo dell'apparente contingenza del mondo materiale, una musica che esprimeva un nominalismo che avrebbe potuto essere meglio chiamato "magico" piuttosto che "convenzionale".
This essay focuses on the relationship between solipsism and aesthetic subjectivity, as outlined in Adorno’s Aesthetic Theory. As he mentions, according to dialectical materialism, solipsism gained actuality within (radical) modernism as general “standpoint”, realized in atomistic society through “reified division of labor”. This also applies to artistic production. At the same time, solipsism constitutes a long standing philosophical hypothesis, which concerns the truth value of perception, thus imitating the “subjective point of reference in art”. Therefore, Adorno’s brief statements on the relationship between epistemological solipsism and immanent artistic subjectivity designate different phenomena under the same heading; these concern sociological, cognitive and existential aspects of artistic creation and aesthetic experience, sedimented in the artwork’s content. However, he often undertakes abrupt conceptual transitions within them. In this essay, I mainly focus on the cognitive aspect, especially on the relationship between solipsism and art’s “subjective point of reference”. For this purpose, I reconstruct Adorno’s relevant ideas on the role of subjectivity within art and relate them to his elaborated analysis of the process of aesthetic experience. Finally, I scrutinize the value of this non-apodictic truth and its relationship to particular aspects of “truth-content” and to Adorno’s redemption of the artwork’s fragile ontological status, its semblance character.
Ця розмова соціяльного філософа Теодора Адорно, представника критичної теорії суспільства, з Гельмутом Бекером, політичним публіцистом і теоретиком освіти, відбулася 1966 року й була опублікована у збірці філософського-освітніх робіт Теодора Адорно, що мала назву «Виховання до повноліття». У цій розмові Адорно та Бекер критично розглянули множину аспектів тодішньої західнонімецької освіти, яка, на їхнє переконання, не виконувала власне основне завдання – своєю роботою вона не сприяла представникам західнонімецького юнацтва стати соціяльно активними людьми. За Адорно та Бекером, тодішня освіта не виховувала їх як членів демократичного суспільства, як людей, котрі мусять самостійно застосовувати власний розум у суспільстві, демократичні зміни в якому повинні мати сталий характер. Розмірковуючи про мету правильного виховання, ці німецькі інтелектуали визначили суть демократії втіленням такого політичного врядування, котре вимагає активного застосування свого розуму будь-яким членом суспільства. Таким чином, свідомість окремої людини, активізована виховним впливом на себе освіти, що розуміє правильну мету своєї роботи, здатна протистояти впливу на себе соціяльної ідеології конформістського суспільства, реальність якого має виразні ознаки культурної стаґнації. Таку людину Адорно та Бекер погодилися називали повнолітньою людиною. Однак, на їхню думку, освіта, що тримається традиційних засад виховання зумовлює формування такої раціональної адаптації людини до соціяльного світу, що лише збільшує міру її конформізму. Також вони назвали наслідком впливу цієї соціяльної ідеології на свідомість людини її нездатність триматися досвіду, отриманого нею в суспільстві, що її уречевлює. Тому ці німецькі інтелектуали звернули свою увагу на явище первинного, дошкільного виховання дитини, зауважили також й особливости періоду статевого дозрівання, запропонувавши розуміти їх можливими чинниками успішного подолання засобів традиційного виховання. Адорно та Бекер вважали, що нова освіта, здійснюючи оновлене виховання, мусить дієво застосовувати у своєму процесі спонтанність особистого мислення людини. Водночас ця єдність освіти та виховання, дієво уможливлюючи процес індивідуації окремої людини, руйнуватиме ідеологічну тенденцію збереження у вихованні принципу антиіндивідуалізму. Останнє відбуватиметься завдяки активній участи нового індивідуума, людини, яка здатна чинити свідомий опір будь-яким ідеологічним впливам на колективну свідомість суспільства.
Hamlet or Europe and the end of modern Trauerspiel. On some shakespearians motifs in Walter Benjamin
(2019)
Hamlet’s character sets, under different shapes and extents, the benchmark against which a large part of the European philosophy of the very long «short twentieth-century» behind us has had to measure. In the name of Hamlet as the most enigmatic among Shakespeare’s creatures, even Europe, its spirit and destiny, is identified, according to the well-known claim by Paul Valery.
Common trait to a big part of these interpretations – from the juvenile works of Pavel Florenskij and Lev S. Vygotskij (respectively written in 1905 and 1915) to Carl Schmitt’s Hamlet oder Ekuba. Der Einbruch der Zeit in das Spiel (1956) – is offered by the detection, in Hamlet’s figure, of the contradiction inherent to an epochal transition: the time of an unresolved passage between two ages that only knows the endless pain of an “interim”. My paper concerns the possibility to interpret Hamlet’s time as the time of an “interim” in light of Benjamin’s claims about Shakespeare’s drama contained in his book on the German Trauerspiel.
While Florenskij interprets Hamlet’s time as tragic and the figure of Hamlet as a tragic one, in my essay - moving from some observations on the " Hamlet Problem " by the young Franz Rosenzweig - I consider the original Benjaminian thesis about the character and the drama of Hamlet as the end of the modern Trauerspiel. Starting from a statement by Theodor Adorno in the famed Hornberger Brief to Benjamin of August 2, 1935, I outline, therefore, how Benjamin characterizes the figure of Hamlet. This, from his early writings on the relationship between tragedy and Trauerspiel up to the great book on the Origin of the German Trauerspiel.
In the frame of Benjamin’s interpretation, exactly by virtue of its distance from the thesis on the duality of tragedy (evoked by Florenskij’s interpretation as well as other ones), the Shakespearian theatrum of consciousness, paradigmatically represented in the figure of Hamlet and in the intimately dialectic character of his drama, is accounted for as necessary correlate of the Cartesian’s theatrum of consciousness. From a theoretical point of view, the Benjaminian characterization of Hamlet's figure reveals, therefore, something of the nature of modern consciousness and of consciousness in general in relation to the problem of truth and its representation. Hence the end of modern Trauerspiel coincides with the original incompleteness of its time. Consequently, I also claim Hamlet's dramatic figure to represent the aporetic characters of modern politics. This contrasts the thesis of Carl Schmitt who (in direct controversy with Benjamin) speaks, instead, of the Shakespearean drama as an expression of a pre-modern barbaric time.
Статтю «Нотатка про гуманітарну науку та освіту» німецький соціяльний філософ Теодор Адорно, представник критичної теорії суспільства, опублікував 1962 року. У цій філософсько-освітній роботі Теодор Адорно продовжив попередню тему свого критичного розгляду цілісної єдности елементів культури індустріально-масового соціуму, які сприяють утвердженню в суспільству його ідеології як цілком панівної. На переконання Теодора Адорно, сукупний вплив тих елементів, зокрема, культуріндустрії, системної філософії, науково орієнтованого пізнання тощо на колективну свідомість західних європейців виконує функцію дієвого чинника владного контролю над їхнім спільним життям. У своїх філософсько-освітніх творах Теодор Адорно здійснив також критичний напад на шкільну та університетську освіту повоєнної Західної Німеччини. Ця освіта, на думку філософа, залишається традиційно незмінною, що унеможливлює будь-які серйозні антиідеологічні перетворення в її системі. Такі зміни завдяки оновленому освітньому процесу сприяли б вихованню молодого громадянина, свідомого й активного учасника демократичних перетворень у посттоталітарному суспільстві. Однак, за Теодором Адорно, освітній процес у нереформованому університеті залишається керованим передовсім носіями сцієнтичної свідомості, що жодним чином не сприяє антиідеологічному вихованню студентів. У цій роботі Теодор Адорно зауважив особливе значення для освіти гуманітарних наук, які німецькою мовою перекладають як «науки про дух», традиційно присутніх у німецькій університетській освіті. На його переконання, гуманітарні науки, як науки про дух, через превалювання в освітньому процесі «диктату наукового ідеалу» втратили присутність у собі чинника індивідуального духу людини. Ознаками наявності того явища в університетській освіті Теодор Адорно назвав: абсолютний пріоритет серед гуманітарних студій досліджень наукового характеру, відсутність особистої педагогічної роботи викладача зі студентом-гуманітарієм, тенденція боротьби носія уречевленої наукової свідомости проти будь-якого відмінного знання, єдність соціяльного та теоретичного конформізму носія тої сцієнтичної свідомості. Як і в инших своїх філософських роботах Теодор Адорно запропонував убачати особисту діяльність людини, зумовлену силою її індивідуального духу, тим природним чинником, який здатний вести безупинну особисту боротьбу з тими неґативними явищами в освіти, що заводять на ідеологічні манівці освітній процес в університеті та в освіті загалом.
O tema geral do presente artigo trata da antropologia histórica encontrada em “The Authoritarian Personality” e fundamentada em “Dialética do Esclarecimento”. Especificamente, abordaremos a conceituação que compreende as movimentações pulsionais (segundo leitura da teoria freudiana) enquanto natureza interna, fundamento da concepção da antropologia aqui debatida. Com isso, ao falarmos de antropologia e de natureza, não estamos nos referindo a concepções imutáveis e “biologizantes”, mas a noções históricas e contextuais. Para tanto, iremos nos voltar à “Ideia de história natural” adorniana, precisamente à dialética entre história e natureza. No texto, Adorno trata de dois movimentos de tal dialética: uma concepção de Lukács, para quem elementos da história se tornam naturalizados enquanto segundo natureza, o que pode ser exemplificado com o esquematismo hollywoodiano promovido pela indústria cultural; o segundo movimento, sob influência de Walter Benjamin, trata da transitoriedade histórica da natureza, quando resquícios arcaicos reprimidos pelo sentido histórico dominante ressurgem, tornando-se possibilidade de outra orientação histórica. Este debate se mostra importante justamente porque se encontra no cerne da relação entre economia-política/sociologia e psicanálise, os domínios teóricos mais relevantes para a primeira geração da Teoria Crítica. Por mais que pensemos que há uma antropologia implícita para Horkheimer e Adorno – que enxergariam o ser humano enquanto naturalmente agressivo e destruidor –, o nosso intuito é mostrar que, se a antropologia e a natureza são históricas, o ser humano age a partir da pulsão de morte justamente porque o meio social que o forma é ele mesmo dominador, violento, reificado e alienante.
Este artigo apresenta a contribuição de Theodor W. Adorno para a configuração de uma educação capaz de enfrentar os irracionalismos contemporâneos, por meio de uma retomada da definição da dialética como crítica do pensamento filosófico. Este tem, modernamente, se limitado a enlevar a racionalidade à máxima potência, sem se debruçar sobre os efeitos de suas promessas não cumpridas. A obra de Adorno é reconhecida por uma propugnação segundo a qual cabe à filosofia a tarefa da reflexão crítica e do esclarecimento da forma como a cultura se organiza. Tal proposição leva a um projeto teórico que pressupõe a tomada de consciência sobre os descaminhos da razão, numa tentativa de que, por intermédio do esclarecimento, o homem possa construir possibilidades de autonomia e emancipação. O artigo se organiza em duas partes, assim apresentados: 1. Ambições tórico-práticas da teoria crítica da sociedade e 2) Fios que tecem a teoria crítica de T. W. Adorno, este dividido em três tópicos: a) O clima cultural geral do capitalismo tardio - a propensão à barbárie; b) Falência da cultura - razão objetiva da barbárie; c) Reflexos da vida danificada: o adoecimento do contato.
O presente artigo tem por objetivo tecer uma reflexão crítica acerca da "paixão" enunciada pela campanha de marketing da empresa de combustíveis Ipiranga, a partir das contribuições teóricas formuladas por Adorno e Horkheimer, teóricos da Escola de Frankfurt, no que concerne ao conceito de Indústria Cultural. Salientamos, desde já, que este ensaio não visa a estudar epistemologicamente a referida Escola, mas sim a apontar a atualidade do conceito de "indústria cultural". Em vista da atual crença na felicidade a partir do consumo idealizado de mercadorias, disseminados pela publicidade, o presente trabalho tem por objetivo tecer uma reflexão crítica acerca da Indústria Cultural contemporânea e suas implicações psicossociais na atual constituição das subjetividades, a partir da Teoria Crítica. Tomamos como exemplar da referida Indústria o slogan publicitário: "Apaixonados por carro como todo brasileiro", que divulga como "cultura de massa" esta "paixão". Metodologicamente procedemos a uma revisão de conceitos da Escola de Frankfurt vinculados à racionalidade técnico-instrumental moderna, apontando a atualidade do conceito de "indústria cultural" e diferenciando-o de uma cultura originária das massas. A pesquisa empírica, cuja estratégia metodológica consistiu em recolhermos depoimentos de internautas em 12 sites relacionados à temática do slogan, visou investigar as atuais formas de adesão/resistência ao referido slogan. Em nossa leitura teórico-crítica dos depoimentos, apesar das formas de adesão fascinadas serem majoritárias, também detectamos formas de resistência; o que nos aponta que esta "paixão", como muitas outras proclamadas pela indústria cultural, não emerge espontaneamente dos brasileiros, mas que, em verdade, foi construída para os brasileiros – forma atualizada do fetichismo da mercadoria.
Nesse ensaio pretendemos apresentar aquilo que entendemos ser o estatuto teórico da Teoria Crítica e, a partir disso, explorar o diálogo que Jürgen Habermas faz com essa tradição. Através da apresentação das proposições de Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, pretendemos evidencias como Habermas tem assumido o compromisso ético-político pela transformação social e pela emancipação humana que caracteriza o projeto frankfurtiano desde a primeira geração, assim como por meio da crítica aos antigos mestres elabora a ampliação do significado da racionalidade a partir de um novo marco de interpretação, para além da redução à razão instrumental. Finalmente, com essa discussão poderemos assinalar como sua proposta para a Teoria Crítica oferece elementos imprescindíveis para a contrução de uma Psicologia Social Crítica.
Este artigo tem como objetivo analisar o tema da regulação da conduta em pesquisa, passados mais de dois anos da vigência da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 510/2016. São investigadas três perspectivas (formativa, filosófica e normativa) para verificar as possibilidades de autonomia ética na pesquisa em contraposição à heteronomia normativa, especialmente no campo educacional, como parte das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas (CHSSA). A análise tem como principal base teórica a obra de Theodor W. Adorno e é realizada especialmente com base em uma das questões motivadoras da Teoria Crítica da Sociedade, qual seja, a possibilidade de emancipação (autonomia) do indivíduo na sociedade administrada.
Neste artigo, propõe-se uma confrontação entre a teoria dos signos de Gotthold E. Lessing, tal como exposta em Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia (1766), e os dois ensaios de Theodor W. Adorno sobre as relações entre música e pintura (de 1950 e 1965). Pretende-se, com isso, demonstrar a presença decisiva de elementos da estética clássica alemã no pensamento adorniano do pós-guerra; em particular, observa-se o modo pelo qual a teoria racionalista de Lessing atua na abordagem dialética adorniana a respeito da irredutibilidade formal dos meios artísticos e das possibilidades de sua convergência. À luz de tal confrontação, discutem-se, em um segundo momento do artigo, os temas da conferência de Adorno de 1966, A arte e as artes, que, em certa medida, consubstancia a discussão dos ensaios anteriores sobre música e pintura. Assinala-se, nesse contexto, a continuidade da posição teórica de Adorno e se apresentam as diferenças entre o processo de pseudomorfose e o de imbricação (Verfransung) dos meios artísticos, segundo o filósofo.
O artigo trata da análise crítica de Jürgen Habermas da redefinição do papel político da Europa, mais voltada para a justiça social e a solidariedade, para um viés predominantemente econômico, de versão mais econômico-liberal, mais próxima da produtividade e da concorrência. A mudança política da integração europeia busca reforçar o pilar econômico da união monetária pela implementação de programas de ajustamento econômico do FMI. A consequência da opção da União Europeia por uma Europa-mercado de formato neoliberal é o desmonte do Estado social (mais voltado para justiça social) e a corrosão do elemento democrático das democracias nacionais (o esvaziamento da democracia). A consequência política dessa opção pelo neoliberalismo é a centralização supranacional de competências reguladoras para agências e organismos transnacionais europeus (Banco Central Europeu, Comissão Europeia, Tribunal Europeu, Parlamento Europeu), que lidam com acordos, contratos e tratados internacionais que deveriam funcionar como equivalentes de uma regulação política. O problema é a aprovação, a portas fechadas, de medidas que visam o controle da política econômica em detrimento da coordenação política. Isso implica a imposição de resoluções em áreas centrais de responsabilidade dos parlamentos dos Estados membros, potencializando nos Estados nacionais os problemas de legitimação necessária para implementar as políticas recomendadas de cima, explicitando a falha na construção da união monetária pela ausência dos instrumentos de uma política econômica comum.
O presente artigo versa sobre a «musealização» da arte a partir de um ponto de vista estético. Evocando o ensaio Museum Valéry Proust de Theodor W. Adorno, procuraremos compreender o processo de «musealização» da arte como condição efetiva de possibilidade da sua experiência estética. As posições sobre a matéria avançadas por Valéry em Le problème des musées e por Proust em A l’ombre des jeunes filles en fleurs, tal como apresentadas por Adorno, constituem a pedra de toque deste artigo. Pretenderemos, assim, discutir a questão da experiência (subjetiva) do objeto artístico como potencialidade de configuração da sua «segunda vida» [Zweites Leben], oposta aos processos de neutralização cultural de tal objeto. Os recentes estudos de Dario Gamboni dedicados a Odilon Redon – e à sua conceção de art suggestif, que integra uma singular perspetivação de experiência estética – serão, também, tratados.
This article is an attempt to re-read the magnum opus of Adorno's philosophy, namely Aesthetic Theory, using an interpretative key offered by Agata Bielik-Robson's book entitled Jewish Cryptotheologies of Late Modernity: Philosophical Marranos. This interpretative key, called by the Author The Marrano Strategy implemented to Adorno's late philosophy allows us to investigate the common points of Adorno's theory of art criticism and modern Jewish thought. Therefore the main question of this text concerns the characteristics of Jewishness and messianicity (Scholem, Derrida) in Adorno's Aesthetic Theory. The thesis that I am attempting to justify is as follows: the implementation of Marrano strategy to the modern art criticism redefines and reverses the relationship between the particular element and the universal domain. Consequently, this dialectical 'appreciation' of the particular establishes a common conceptual field for critical thinking and traditional, religious motifs.