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Entre os autores da Teoria Crítica frankfurtiana, talvez Adorno seja declaradamente o mais influenciado pela filosofia de Hegel. Coube ao mesmo preservar o sentido de dialética que, reconfigurada, aparece como método essencialmente crítico. Salientar o criticismo da dialética significa, aos olhos de Adorno, entendê-la como essencialmente negativa, algo previsto na sua formulação inicial no contexto do idealismo pós-kantiano. Entretanto, é possível observar tão claramente essa força crítica dentro do próprio Hegel? A resposta a tal questão surge na própria comparação entre os conceitos (Crítica, dialética, negatividade) conjugados pelos dois pensadores, algo que buscamos mostrar no presente artigo.
Nosso objetivo neste trabalho é tentar esclarecer o mal-estar causado por algumas leituras que muitas vezes despacham a influência e a presença constante de Hegel na obra de Adorno de forma muito breve e fácil, seja a partir da perspectiva antissistêmica da filosofia adorniana, ou então, desde a perspectiva negativa que a dialética assume em seu pensamento. Nesse sentido, pretendemos expor alguns pontos fundamentais da filosofia hegeliana, em relação aos quais Adorno se coloca claramente como herdeiro. Pretendemos mostrar que o filósofo de Frankfurt pensa não somente sobre estes pontos, mas também a partir deles, i.e., superando-os.