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A partir de dados sobre a frequência de ocorrência de pronomes reflexivos, retirados de textos de quatro livros didáticos de língua alemã (Blaue Blume, 2011; DaF kompakt neu A2, 2016; Menschen A2, 2013; Studio d A2, 2006), o presente artigo discute meios para a identificação de insumos didatizados e não didatizados. Essa proposta é justificada pelo interesse em desenvolver uma base empírica que auxilie a seleção de textos para um projeto de criação de um material didático destinado ao ensino de alemão em contexto universitário no Brasil. Para o tratamento dos textos utilizamos os programas WordSmith Tools (2016) e QuAX-DaF (2019). Tais ferramentas apresentam dados de frequência de ocorrência nos textos investigados, além de estabelecer uma relação com um corpus autêntico de língua alemã (Leipzig Corpora Collection). Os resultados indicam que a investigação da frequência de ocorrência pode estabelecer uma base quantitativa e qualitativa para a escolha textual de acordo com a progressão lexical e gramatical desejada, podendo ser um critério para a inclusão ou de exclusão de textos para o ensino de línguas.
Muitas vezes, instituições escolares e políticas supervalorizam a norma padrão, raramente reconhecendo a legitimidade da variação linguística. Entretanto, a variação (histórica, geográfica, social ou estilística), sendo inerente a todas as línguas, não pode ser ignorada. Em sala de aula, tanto de língua materna quanto de língua estrangeira, é necessário abordar a variação, de modo que o aluno possa usar a língua em contextos diversificados e realísticos, sem criar uma versão estereotipada. Assim, o objetivo deste artigo é compreender se e em que contextos as diferentes variedades da língua alemã se concretizam em dois livros didáticos para o ensino como língua estrangeira, um para adolescentes e outro para adultos. O método da pesquisa é de cunho quanti-qualitativo, estabelecendo uma visão panorâmica da variação e analisando o tratamento dado a ela em atividades selecionadas. Os resultados sugerem que os livros abordam apenas alguns aspectos da variação geográfica e estilística. Na discussão, são problematizados esses resultados, com o intuito de auxiliar professores na avaliação e no manejo de materiais didáticos com relação à variação linguística.
Na prática do ensino de Alemão como Língua Estrangeira (ALE), os conteúdos de 'Landeskunde' são abordados cada vez mais sob a perspectiva de que culturas heterogêneas permeiam os diferentes países de idioma alemão. Questionando-nos acerca da representatividade, em materiais didáticos, de países cujo idioma oficial é alemão, dedicamo-nos ao levantamento e à análise de dados sobre os aspectos culturais da Áustria presentes no livro didático "DaF Kompakt neu" (2016), material utilizado em boa parte dos cursos de graduação para formação de professores de alemão no Brasil. Os dados coletados foram categorizados e, então, analisados, de forma que pudéssemos averiguar a inclusão de informações implícitas e explícitas sobre a Áustria e seu potencial para incentivar discusses em sala de aula. Destacamos na exposição dos resultados que o material selecionado apresenta menções profícuas e, mais ainda, que a quantidade e complexidade dessas aumentariam conforme o avanço dos níveis de línguas ensinados. Concluímos ressaltando que, apesar da representatividade do material didático, outros elementos como preparo e disposição do professor, além de materiais suplementares, seriam indispensáveis para a presentificação do 'DACH-Prinzip' no ensino de ALE.