Refine
Year of publication
Document Type
- Article (17)
Language
- Portuguese (13)
- English (3)
- Spanish (1)
Has Fulltext
- yes (17) (remove)
Is part of the Bibliography
- no (17) (remove)
Keywords
- Escola de Frankfurt (17) (remove)
Institute
Historiadora do cinema, Miriam Hansen examinou e sistematizou as contribuições de Siegfried Kracauer, Walter Benjamin e Theodor Adorno para a teorização do cinema. Nesta pesquisa bibliográfica, buscamos sintetizar e apresentar aos leitores de língua portuguesa o desenvolvimento de sua investigação sobre o tema. Mostramos como Hansen foi capaz de identificar as principais diferenças entre os teóricos frankfurtianos, bem como evidenciar que eles, em comum, pensaram este fenômeno cultural contemporâneo em relação às condições sociais e econômicas de produção. Em suas reflexões, o cinema aparece como expressão da sociedade urbano-industrial, como um elemento sintomático da cultura de massa.
Este artigo tem por objetivo analisar comparativamente as semelhanças contidas nas críticas à democracia liberal presentes em alguns trabalhos selecionados de Carl Schmitt (1888-1985) e Robert Kurz (1943-2012). A despeito da estreita associação do primeiro autor com o regime nazista após 1933 e do segundo ser normalmente caracterizado como um pensador marxista (embora bastante crítico ao marxismo “ortodoxo”), são verificáveis inúmeras similitudes entre ambos quando se propõem a analisar as características do liberalismo parlamentar das democracias do século XX. Uma hipótese que pode explicar tais semelhanças seria a influência exercida por Schmitt sobre diversos teóricos da escola de Frankfurt, com os quais Kurz frequentemente dialoga em seus escritos e que foram inspiradores de algumas de suas reflexões – em especial, Walter Benjamin, Theodor Adorno e Max Horkheimer, embora Schmitt também tenha influenciado Franz Neumann, Otto Kirchheimer, Karl Korsch e Herbert Marcuse. Outra via de interpretação abordada aqui se refere à possibilidade de Schmitt ter encontrado, em suas teorias sobre o Estado e sobre o direito, os limites epistemológicos do liberalismo moderno, o que constitui o principal objeto de pesquisa de Kurz e foi tema recorrente nos escritos dos teóricos de Frankfurt.
This essay reflects on the convergence between Jürgen Habermas’ work and the theoretical framework put forward by the Institute of Social Research in Frankfurt, arguing in favor of the characteristics of the Frankfurt school in Habermas and pointing out research possibilities in the field of Organizational Studies (OS). We discuss the essential theoretical aspects of the work by Horkheimer (1975) “Traditional and Critical Theory,” and produce a critique on the use of generational chronology as the main criterion for understanding the intellectual movement of the Frankfurt School. The methodology is based on the critique of the interpretation using the philosophical hermeneutics (RICOEUR, 1990) and observes the propositional nature of an interpretation offered in theoretical essays (MENEGUETTI, 2011). To support the provocative proposition of this work, we establish a dialogue with authors such as Bottomore (2001), Freitag (2004), Nobre (2004), and Melo (2013)) discussing a non-generational characterization of the Frankfurt School’s members and the proximity of Habermas in relation to the pioneer works on the Critical Theory. We believe that (i) the re-reading of the emancipatory purpose (HABERMAS, 2002); (ii) the deconstruction of the impartiality of the scientific knowledge (HABERMAS, 1987); (iii) and the incorporation of the philosophy of language into the Frankfurtian social criticism (HABERMAS, 2012) are important contributions of Habermas to the Frankfurt’s critical theory. As for a proposal for the field of organizational studies, this esseay concludes that recognizing Habermas as a Critical Theory scholar of the Frankfurt School may constitute a new research agenda for the field. The contribution of this essay lies in helping researchers in the field of Organizational Studies to understand Habermas’ work differently and not as a non-critical or utopian production. In this perspective, it is clear that Habermas’ intellectual production is politically engaged in contemporary social problems, which is a dimension neglected by the researchers of the field of Organizational Studies in Brazil.
O objetivo deste ensaio é argumentar em favor da frankfurtianidade de Jürgen Habermas, isto é, estudar os pontos de convergência de sua obra em relação ao projeto teórico do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt e, a partir dessa ênfase, apontar novas possibilidades de pesquisa no campo de Estudos Organizacionais (EO). Para isso, refletimos sobre aspectos teóricos essenciais do ensaio “Teoria tradicional e teoria crítica” (HORKHEIMER, 1975) e elaboramos uma crítica aos intérpretes que utilizam a cronologia geracional como principal critério para a compreensão de diferenças no movimento intelectual da Escola de Frankfurt. Metodologicamente, inspiramo-nos na proposta de crítica à interpretação por meio da hermenêutica filosófica (RICOEUR, 1990) e na natureza propositiva de interpretação de um ensaio teórico (MENEGHETTI, 2011). Para sustentar a proposição expressa de forma provocativa no título deste artigo, dialogamos com comentadores (BOTTOMORE, 2001; FREITAG, 2004; NOBRE, 2004; MELO, 2013), a fim de propor uma caracterização não geracional de seus membros e a proximidade de Habermas em relação ao marco fundador da Teoria Crítica. Nesse sentido, acreditamos que (a) a releitura da intenção emancipadora (HABERMAS, 2002), (b) a desconstrução da isenção do conhecimento científico (HABERMAS, 1987) e (c) a incorporação da filosofia da linguagem à crítica social frankfurtiana (HABERMAS, 2012) são contribuições importantes de sua obra à Teoria Crítica de Frankfurt. Como proposição para a área de EO, em nossas considerações finais argumentamos que a recolocação do autor no posto de genuíno teórico crítico da Escola de Frankfurt pode constituir uma nova agenda de pesquisa para o campo. Acreditamos que nosso esforço pode auxiliar pesquisadores da área de EO a compreender a obra de Habermas a partir de uma via que os afasta da armadilha de considerá-lo um teórico não crítico e/ou utópico. Sob esse enfoque, torna-se evidente sua produção intelectual politicamente engajada nos problemas sociais contemporâneos – dimensão que vem sendo negligenciada pelos pesquisadores do campo de EO no Brasil.
El objetivo principal de este trabajo es replantear la posibilidad de realizar una síntesis entre la fenomenología de Husserl y la teoría crítica de la Escuela de Frankfurt. Para ello realizaremos una revisión crítica de los textos del primer Marcuse (1928-1933), cuyo proyecto filosófico consistió en formular una síntesis entre la ontología fenomenológica de Heidegger y el materialismo dialéctico de Marx. La tesis que defenderemos aquí es que este proyecto sigue siendo vigente, pero tomaremos como referente la fenomenología de Husserl, desde la que interpretaremos los textos de Marcuse, y no la ontología existencial de Heidegger.
Nesse ensaio pretendemos apresentar aquilo que entendemos ser o estatuto teórico da Teoria Crítica e, a partir disso, explorar o diálogo que Jürgen Habermas faz com essa tradição. Através da apresentação das proposições de Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, pretendemos evidencias como Habermas tem assumido o compromisso ético-político pela transformação social e pela emancipação humana que caracteriza o projeto frankfurtiano desde a primeira geração, assim como por meio da crítica aos antigos mestres elabora a ampliação do significado da racionalidade a partir de um novo marco de interpretação, para além da redução à razão instrumental. Finalmente, com essa discussão poderemos assinalar como sua proposta para a Teoria Crítica oferece elementos imprescindíveis para a contrução de uma Psicologia Social Crítica.
O ensaio traz como base a crítica ao capitalismo, no que se refere aos efeitos negativos que ele impõe aos indivíduos, a partir dos estudos da primeira geração da Escola de Frankfurt. Analisar-se-á a história das ideias a partir de Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Theodor Adorno e Max Horkheimer. Benjamin afirma que vive-se a perda da aura das obras de arte, já que a sua comercialização faz com que se perca a essência daquelas obras. Ademais, a imposição da novidade às obras e aos produtos consumidos representa uma ferramenta de manipulação do capitalismo, culminando na pobreza da experiência humana. Marcuse afirma que a sociedade vive o princípio do desempenho, que provoca modos de vida uniformizados, baseados numa concepção de trabalho e diversão homogêneos. Adorno propôs que o tempo livre provocava uma sensação de liberdade nos indivíduos, mas, na realidade, tratava-se do exercício de uma não liberdade, já que as formas de diversão seguiam à risca os padrões exigidos pelo capital. A partir do método adotado pela própria Teoria Crítica, afirma-se que a presente discussão teórica só se torna efetiva quando aplicada à prática, à sociedade atual.
O presente artigo tem por objetivo analisar o tema do trabalho e do reconhecimento no pensamento de Axel Honneth (1949-), filósofo e sociólogo alemão da terceira geração da Escola de Frankfurt. O conceito de trabalho é um dos temas centrais da teoria crítica. Por meio do trabalho, o trabalhador encontra a sua sobrevivência e sua satisfação. É nele que o reconhecimento expressa uma identidade moral no contexto do mercado capitalista. Sem falar ainda que a atividade laboral expressa a subjetividade humana através da ação criativa. Diante desse contexto, a presente exposição pretende percorrer os passos argumentativos de Honneth acerca da relação reconhecimento e trabalho. Tal relação ajuda-nos a compreender a relevância deste autor na filosofia política contemporânea.
Axel Honneth associa sua leitura de Hegel à psicologia da maturação de Winnicott de modo a defender teses sobre intersubjetividade e reconhecimento. Esta articulação entre filosofia e psicanálise é objeto da crítica de dois hegelianos: Joel Whitebook, leitor de Freud, e Judith Butler, leitora crítica de Freud e Lacan. No centro da polêmica está a rejeição honnethiana ao trabalho do negativo realizado pela pulsão de morte freudiana. Pretendemos seguir o rastro deste debate e investigar as razões e consequências para a crítica social da recusa do frankfurtiano à pulsão.
Axel Honneth associates his reading of Hegel with Winnicott's maturational development theory, in order to defend theses on intersubjectivity and recognition. That connection between philosophy and psychoanalysis is a target of criticism from two Hegelians: Joel Whitebook, a reader of Freud, and Judith Butler, a critical reader of Freud and Lacan. At the core of the controversy is Honneth's rejection of the work of the negative that is performed by Freud's death drive. We intend on following in the wake of that debate, and thus investigate the reasons and consequences for social criticism of Honneth's rejection of Freud's death drive.