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Técnica, corpo e coisificação: notas de trabalho sobre o tema da técnica em Theodor W. Adorno
(2008)
Trata-se aqui de umas notas de trabalho sobre o tema da técnica em Theodor W. Adorno. O ensaio Educação após Auschwitz e um conjunto de aforismos que compõem o livro Minima moralia são tomados como fontes principais, mas também como roteiro de investigação. As críticas de Adorno à técnica aparecem em vários registros e privilegiamos, nos marcos de nossa reflexão, as relacionados ao corpo e à produção da consciência, elementos que se combinam diversamente nas obras pesquisadas, mas que encontram seu desiderato na crítica ao mundo administrado e aos destinos da subjetividade. Nossos resultados mostram que nas reflexões de Adorno o profundo processo de embrutecimento do humano e a supressão de quaisquer traços de particularidade aparecem intimamente relacionados com o crescente processo de tecnificação, o que por sua vez engendra uma certa pedagogia dos gestos e do corpo. Sugere-se, neste sentido, que a técnica mais refinada não necessariamente leva a um aumento das possibilidades humanas, mas, talvez encaminhe, tendencialmente, a uma escravização do corpo por meio da incorporação dos processos reificadores da tecnificação.
O texto responde a críticas feitas ao pequeno livro publicado sob o título Reitifiação no qual o autor pretendia recuperar na herança da teoria de Marx o conceito reificação á luz da teoria do reconhecimento. O texto primeiro busca precisar o marco de referência dentro do qual foi feita originalmente a tentativa de recuperar o conceito reificação, enfatizando sua interpretação literal. Em seguida, o texto trata de problemas específicos que resultam da sugestão de entender reificação como uma forma de esquecimento do reconhecimento. Tomando como premissa que o próximo (Mitmensch) é reconhecido pré-cognitivamente, o autor defende que a rotinização e habitualização de práticas sociais com objetivos desumanizantes automatizados pode levar ao esquecimento do reconhecimento original da outra pessoa