BDSL-Klassifikation: 14.00.00 Romantik > 14.12.00 Zu einzelnen Autoren
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Rezension zu: E. T. A. Hoffmann, A janela da esquina de meu primo. Tradução: Maria Aparecida Barbosa, Ilustrações: Daniela Bueno, Posfácio: Marcus Mazzari. São Paulo, Cosac Naify, 2010
O presente artigo tem por objetivo investigar como se dá a questão da busca do conhecimento ilustrada pela figura da deusa Saïs no fragmento de romance de Novalis 'Die Lehrlinge zu Saïs', escrito em 1801. Em nossa investigação, traçamos um paralelo entre o uso alegórico do mito de Saïs em Novalis e no poema de Schiller 'Das verschleierte Bild zu Saïs', a fim de melhor caracterizar o conceito de verdade novalisiano. Por fim, procuramos analisar o conto de fadas 'Hyazinth und Rosenblüte', que se encontra no interior da narrativa em questão, uma vez que nele se dá o encontro ideal da Verdade almejado pelos poetas do primeiro-romantismo alemão, em especial, por Novalis.
A história da imagem perdida
(2011)
O trabalho retoma a análise freudiana de "Der Sandmann", presente num ensaio de 1919 que se provou paradigmático para as interpretações futuras da obra de E. T. A. Hoffmann. No dito ensaio, o pai da psicanálise faz diversos juízos sobre a construção argumentativa da novela romântica que, nos estudos literários, vêm sendo indevidamente atribuídos ao próprio Hoffmann. Seu programa estético supostamente seria aquele de um analista dos mecanismos psíquicos de suas personagens, revelando-o como um curioso conhecedor avant la lettre das teorias psicanalíticas. É como se a criação de um imaginário horripilante que caracteriza sua prosa servisse a um impulso interpretativo das áreas ocultas da psique a fim de detrair tendências irracionalistas e animistas de suas personagens. A crítica freudiana ao animismo é um dos aspectos mais contestados por estudiosos recentes como Bruno Latour e Isabelle Stengers e, por isso, retomaremos seus argumentos num segundo momento. Então, alguns de seus argumentos serão retomados em um segundo momento do artigo para que possamos voltar a Hoffmann e reinterpretar sua estética como uma defesa de certo tipo de animismo, para além dos paradigmas psicanalíticos que nunca cessaram de o ensombrar.
Karl Wilhelm Friedrich Schlegel (1772-1829) compreendia a "Charakteristik" como uma obra de arte da crítica literária, na qual tanto os aspectos extrínsecos quanto os intrínsecos deveriam ser levados em consideração e compreendidos como uma unidade. De acordo com essa teoria, a tarefa do crítico de literatura era revelar a tendência e o ideal da obra literária através da observação e compreensão de certos aspectos que pertenceriam tanto à letra quanto ao espírito da obra, ou que poderiam transitar entre esses dois âmbitos. O intuito principal desse artigo é introduzir e discutir alguns aspectos da "Filosofia da caracterização" de Schlegel, exposta em seus "Fragmente zur Poesie und Literatur", os "Fragmentos sobre poesia e literatura" (1793-1803), e demonstrar como o crítico alemão concretizou sua teoria no "Meister-Aufsatz", o "Ensaio sobre os anos de aprendizado de Wilhelm Meister", de Johann Wolfgang Goethe, de 1798.
Considering the European mentality of the first half of the 19th century, this article discusses the important role of E. T. A. Hoffmann in the literature of that period. The text deals specially with Hoffmann’s critique of the superiority of reason over imagination. Cultivating the grotesque and the supernatural, Hoffmann criticizes the bourgeois attitudes towards an unquestioned belief in the reason as the unique savior of mankind.
In Hoffmann’s tales, visual references and optical devices play an important role as thematic and structural components. This article will analyze this subject in a historical context where the social differentiation and the optical media result in a questioning of observation and perspective. Hoffmann’s writing may therefore be conceived, at least partially, through his position towards visibility. This paper will first provide a general look at the interrelations between Hoffmann’ s texts and certain painting styles and then take a closer look at “The Sandman” as a keywork for romantic perspectivism.
Para além da influência geral de Rousseau na constituição do ideário estético do Romantismo, as relações mais diretas que o ligam ao grande romântico alemão E. T. A. Hoffmann são merecedoras de um estudo detalhado. Um tal estudo deveria confrontar não só as obras, mas as próprias vidas, já que são notáveis os paralelos biográficos entre os dois autores. Neste trabalho limito-me a examinar um único texto de Hoffmann, o conto de fadas "Das fremde Kind", buscando mostrar que os ecos rousseaunianos nessa obra são bem mais profundos do que uma mera re-elaboração do desgastado e superficial clichê do "bom selvagem".